domingo, 18 de outubro de 2009

Pedro Mariano independente e à vontade




O cantor Pedro Mariano lança o disco Incondicional, gravado há cinco anos, e com ele inaugura selo próprio, o Nau. No trabalho, o músico passeia por estilos como samba, pop, soul, baladas românticas e MPB. Com o disco nas lojas, ele programou o início da turnê nacional para meados de agosto.

O sétimo álbum – na ordem de lançamento, mas que na verdade é o quinto da carreira dele, pois foi gravado em 2004, e, depois, já foram lançados outros dois – foi, segundo Mariano, feito na hora e com as pessoas certas.

“Eu acho que eu o executei no momento mais fértil que vivi nos últimos tempos. Eu estava conseguindo tirar proveito de cada música, de cada músico, de cada momento de estúdio. Conseguimos imprimir uma atmosfera muito boa”, conta o músico.
Pedro afirma que sempre está com um caminho traçado na cabeça, uma linha editorial pronta, uma série de coisas preparadas, apenas esperando a hora de colocar em prática.

“Só o dia a dia te mostra o quanto tudo o que você quer colocar em prática é viável ou o quanto é sonho, delírio da sua cabeça. E quem sabe lidar melhor com isso, sabe chegar mais perto do seu sonho. Nesse disco foi impressionante o quanto desse projeto conseguimos converter em realidade. Eu acho que esse
foi o disco mais feliz que já fiz nesse intuito”, revela.

O CD, que conta com 14 faixas e a participação especial da cantora Luciana Mello, em A Casa da Dor, tem composições dos mais variados artistas brasileiros. Entre eles, Frejat, George Israel e Mauro Santa Cecília, em Três Moedas ; Samuel Rosa e Chico Amaral, em Simplesmente Assim; Jair Oliveira, em Colorida e Bela,e mais outras duas, além de canções escritas por Lulu Santos e Marcos Valle, Jorge Vercilo, Lenine e Dudu Falcão, Daniel Carlomagno e Moska, entre outros.

DIFICULDADES

Pedro Mariano conta que foi convidado pelo diretor artístico Jorge Davidson e pelo presidente Beto Boaventura, ambos da EMI, para fazer um trabalho livre artisticamente, em 2004. Ele aceitou de imediato, até mesmo por enxergar o convite como uma oportunidade de fazer o que realmente gosta.

Em apenas um mês já estava com o disco Incondicional totalmente pronto – todas as músicas escolhidas e gravadas, material gráfico pronto e até mesmo com data marcada para gravar um videoclipe. Tudo parecia ir de vento em popa, até acontecerem algumas mudanças.

“Uma nova cúpula, liderada por Marcos Maynard, assumiu a diretoria da EMI. E, quando isso aconteceu, eles chamaram alguns artistas que estavam com trabalhos em andamento para conversar. Eu fui um deles. No meu caso foi curioso, pois eu tenho um relacionamento fraternal com Marcos. Mas, mesmo assim, ele chegou pra mim e disse que não ia lançar o meu CD e depois pediu para que eu preparasse um novo trabalho”, conta.

O cantor acredita que o principal motivo de Maynard não querer lançar o CD foi porque ele não queria divulgar um trabalho que não fosse da administração dele na gravadora.

“No meu ponto de vista, o que ele fez não teve qualquer ressalva artística. Foi na base do ‘não fui eu que fiz, então não vou assinar’. Eu acredito que ele preferiu me sugerir um outro projeto, dizendo que não lançaria o atual, porque ele não foi o mentor”, desabafa o músico.

AVANÇO

A situação começou a melhorar um pouco quando Maynard resolveu dar uma outra opção para Mariano: a de sair da gravadora. O músico agarrou a oportunidade e aproveitou para assinar um contrato com a Universal, pela qual lançou os discos Pedro Mariano Ao Vivo (2005) e Pedro Mariano (2007). Mas, e o tão esperado Incondicional ? “

O que aconteceu na EMI se repetiu na Universal. Eles também não quiseram lançar o meu disco, porque não foram eles que fizeram. Tinha que continuar minha carreira. Mas o meu pensamento, minha cabeça, estava no Incondicional . Era como se eu estivesse dirigindo e olhando para o retrovisor o tempo inteiro”.

O cantor estava decidido a lançar o disco, não de qualquer jeito, mas de uma forma espontânea. Ele sabia que a hora ia chegar. E chegou cheia de histórias para contar durante toda a vida.

“Eu acho que é o disco mais marcante e mais interessante. Com certeza tem um peso, no lado emocional e pessoal. Ele está num lugar muito especial, porque eu não desisti dele em momento algum e isso provou que não se pode fraquejar. Eu já dava esse disco com as horas contadas e, de repente, tudo se reverteu. Com ele eu não só estou lançando um CD, que eu já tinha dado como perdido, como também ainda estou lançando o meu próprio selo”, comemora.

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