quinta-feira, 28 de maio de 2009

Grupo Gloria quer consolidar o som pesado do rock



Vocais divididos entre o melódico e os berros brutais, base instrumental essencialmente pesada, mas com pitadas de pop, acompanhando composições sentimentais. Assim é o primeiro álbum do grupo paulista Gloria, que leva título homônimo.


A banda já começa a colher os frutos do trabalho. Entre as principais conquistas, está a indicação ao Prêmio Multishow deste ano como revelação. Já a música Minha Paz está com clipe na MTV e é uma das mais tocadas nas rádios brasileiras.


Segundo Mi, voz e berros, todos os integrantes estão muito ansiosos com o trabalho deste CD, pois ainda é tudo muito novo para eles. Mas os garotos levam fé que irão causar impacto no cenário musical.


“Antes a gente tocava para um público underground e agora estamos concorrendo ao Prêmio Multishow. Isso é uma vitória muito grande. Não esperávamos que fosse acontecer tão rápido. Isso só nos faz querer trabalhar mais e mais”, conta Mi.


Novidades – Banda de rock falando de sentimentos e dores, mesmo de uma forma um tanto peculiar. Será emocore? Que nada. Os integrantes do Gloria lançam um álbum repleto de som pesado, no qual passeiam por metal, hardcore e pop, apesar de tratar dos sentimentos de uma forma muito autêntica, em algumas canções.

É o caso, por exemplo, de Asas Fracas, que inclui o trecho “Nenhuma mão para crer / Nenhuma reza para curar / Porra nenhuma que a dor não vai chegar / Pegue essa faca e tire o câncer do lugar”, que representa bem o estilo adotado pelo grupo.

Para Mi, o Brasil está desacostumado com o som pesado e já faz um bom tempo que não se tem uma banda do estilo na mídia ou no gosto popular.

“O Gloria está chegando e vai criar esse impacto. A intenção é tocar muito para consolidar ainda mais o rock pesado brasileiro. É uma coisa ousada. Estamos empolgados pra caramba. Não queremos só abrir essa porta pro Gloria. Queremos abrir essa possibilidade para todas as bandas pesadas, para poder valorizar mais o estilo”, explica Mi.

Entre as diversas influências trazidas pelo quinteto paulista, formado por, além de Mi, Elliot (voz e guitarra), Peres (guitarra), Fil (bateria) e Johnny (baixo), há duas bandas se destacam claramente das outras. São os grupos norte-americanos Pantera e Slipknot. O primeiro tem clara influência na pegada metal e o segundo encantou os garotos com as variações entre vocais melódicos e berros.

Evolução – “O pessoal está nos vendo como um som diferente e tem gostado bastante. A gente tem tocado com NX Zero, Fresno, que são públicos diferentes do nosso. Alguns se assustam com o lance do rock'n' roll pesado, mas uma hora eles vão se acostumar”, espera Mi.

Ele fala ainda que aprendeu a berrar na força de vontade mesmo, sem técnica, sem nada. “No começo machucava. Agora tenho o auxílio de uma fonoaudióloga. Tenho o meu próprio jeito de berrar. Acho que eu nasci para fazer isso. Devo ter uma alma demoníaca”, brinca.

Para o homem dos berros, viver de música não é tão fácil quanto parece. “Além de ser um trabalho, a música acaba se tornando um lado muito forte da pessoa. A vida muda muito quando você lança um disco por uma gravadora. A responsabilidade cresce principalmente com os fãs. Tem que pensar no que você vai passar e falar para os moleques”, conta.