sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Exclusivo: André Matos desabafa sobre a atual situação do rock brasileiro


André Matos tem um posicionamento bem definido quando o assunto é o rock brasileiro e porque muitas bandas daqui largam o estilo que as consagraram para tocar o que a mídia quer.

“Isso é a grande praga do nosso mercado musical. O mercado daqui vive única e exclusivamente em função de vendas. Então você só consegue espaço na mídia se você for um bom vendedor de shows ou de CDs. Na realidade, as bandas só conseguem aparecer e até mesmo trabalhar, se conseguir conquistar uma faixa mais popular, no mal sentido, não no bom sentido”, desabafa.

Ele vê o metal e o rock pesado em geral com um dos poucos seguimentos que ainda não se corromperam e um dos poucos que ainda não dependem da mídia brasileira.

“Já decretaram várias vezes a morte do metal, só que ele já tem mais de quarenta anos de existência e não morre nunca. Os nossos fãs são fiéis e a gente nunca vai virar a casaca, nem vai acabar virando uma coisa água com açúcar, massificada só porque fulano quer. Já tive uma música minha em uma novela, mas isso não nos desviou do nosso caminho, pois não foi a gente que fez uma música para a novela, foi ela que nos escolheu”, revela o vocalista.

Segundo Matos, o fato dele trabalhar num âmbito internacional e não depender só do Brasil faz com que ele e a banda que o acompanha se mantenham sempre fiéis naquele estilo que eles escolheram. Mas para quem vive na rota nacional o negócio é mais complicado.

“No meu caso, não é o mercado brasileiro que vai determinar o que a gente vai fazer ou o que não vai fazer. Só que agora, realmente, as bandas brasileiras que trabalham so aqui, que começaram a tocar num determinado estilo e de repente explodem por um motivo ou por outro e ai começam a se vender, é infelizmente o jeito que as bandas tem para sobreviver aqui, pois não existe uma valorização da qualidade, existe, sim uma valorização, mas a da quantidade”.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

André Matos lança novo disco para fortalecer o rock pesado no Brasil


Um dos grandes ícones do heavy metal brasileiro, o cantor e compositor André Matos lança seu segundo disco solo, Mentalize (Azul Music).O álbum é definido por ele como um passo à frente em relação ao trabalho anterior, Time To Be Free, lançado em 2007 e que, segundo o músico, era uma reunião de tudo o que ele já produziu ao longo dos anos nas bandas pelas quais passou, como Viper, Angra e Shaaman.

“Ele (TimeTo BeFree) foimeio que um resumo, um apanhado geral. Só que com uma sonoridade e com uma orientação nova, visando a coisa mais atual. É possível encontrar muitos dos elementos que eu utilizava no começo. Foi muito difícil chegar naquele resultado. Fazer isso de uma maneira equilibrada não é fácil”, explica.

Já Mentalize é considerado por ele como uma evolução do trabalho anterior, um passo à frente que foi dado. “Ele já vai com um impulso maior para frente, no sentido de que esse disco aponta para um novo rumo a ser tomado. Não é uma mera repetição daquilo que foi feito no primeiro disco”, diz.

O novo disco vem com uma faixa bônus exclusiva paraos fãs brasileiros, Don´t Despair. “O Brasil merece um álbum especial, Para que o som brasileiro se sinta reconhecido”, diz André.

“Todo mundo fala que o publico brasileiro émuito bom, é muito importante, mas eu nunca vi ninguém ter um carinho especial com o pessoal daqui. Então eu convenci os meus fãs no Japão a deixar uma faixa bônus fora do deles e colocá-la aqui, exclusivamente. O CD brasileiro é único”, revela o cantor, que também é arranjador, orquestrador, cantor lírico e pianista.

A intenção de André é fazer a maior quantidade possível de shows no Brasil,e estácom a turnê fechada para o Nordeste, em dezembro, que talvez se estenda até janeiro.

“Com esse disco quero resgatar essa onda do rock pesado no País inteiro, porque existe público para isso e agente sabe.Inclusive, a última vez que tocamos em Salvador foi um sucesso. Deu mais de três mil pessoas na Concha Acústica. Tem muito artista pop aí que não consegue colocar um publico desse lá”, diz.

Produção

Produzido por André Matos em parceira com o guitarrista Sascha Paeth e com a coprodução de Corciolli, Mentalize passou por duas etapas. No primeiro momento, foi realizado todo o processo de pré-gravação no Brasil.

Matos fez o papel de produtor, juntamente com Corccioli. Depois, foi levado para a Alemanha, onde o finalizou com Sasha, que já o acompanha há anos.

O vocalista aproveita para ressaltar a importância de se ter um conjunto forte, unido e que preze pelo constante estudo da música para que sempre haja uma continuação evolutiva.
“Acho que, quando você tem um tempo de convívio musical, você já sabe o que esperar dos outros. Na hora de fazer uma música, criar um arranjo, você sabe exatamente até aonde pode chegar e arriscar. Tenho certeza que estou acompanhado dos melhores músicos da cena nacional. Sou um grande admirador dos meus companheiros de banda”.
Ele é acompanhado por Luis Mariutti (baixo), Hugo Mariutti (guitarra), André Hernandes (guitarra), Eloy Casagrande (bateria) e Fábio Ribeiro (teclados).

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Charlie Brown Jr. aposta em novas sonoridades


Bruno Graveto (bateria), Chorão (vocal), Thiago Castanho (guitarra) e Heitor Gomes (Baixo)

A banda de rock Charlie Brown Jr. aposta na força do conjunto, na versatilidade musical e em letras mais maduras para voltar às paradas de sucesso. Tudo isto está reunido no décimo trabalho da carreira, intitulado Camisa 10 Joga Bola Até na Chuva (Sony).

O grupo ficou conhecido pelas misturas de ska com hard core, punk rock californiano, reggae e hip hop. Mas neste álbum eles vão além. Como na música Dona do Meu Pensamento, que traz um hard rock cantado por Chorão. Além da balada Só os Loucos Sabem, que reflete a nova fase.

“A versatilidade musical sempre foi uma marca da gente. E nesse disco aproveitei para explorar outras sonoridades. Esse é o trabalho mais coeso que já fiz”, conta o vocalista Chorão. Uma das canções que se destaca é O Dom, a Inteligência e a Voz , escrita por Chorão, a pedido de Cássia Eller, em 2002. Ela faleceu antes de gravá-la.

“Ela me pediu uma música e quando liguei para ela para avisar que a música estava pronta, me contaram que ela havia falecido. Foi um baque muito grande, então deixei ela guardada, até agora. Pegamos ela, mudamos os arranjos e achei que era a hora de gravá-la”, revela.

Novidades

Depois de quase 12 anos com a gravadora EMI, o quarteto santista migrou para a Sony Music e voltou a trabalhar com o Rick Bonadio, que produziu todo o disco, no estúdio Midas (SP). Segundo Chorão, a ideia inicial era lançar um disco ao vivo, uma retrospectiva das duas décadas de estrada do grupo, no qual entrariam os principais sucessos. Mas, ele resolveu mudar os planos na última hora.

“Aos 45 minutos do segundo tempo tudo mudou. Pensamos bem e decidimos lançar um disco de inéditas. Estamos com novas ideias, novos propósitos e objetivos. Todos estão criando, e muito. Nada melhor do que inéditas para dar um novo ânimo.

Não era o momento para um flash back. Todos estamos unidos e acreditando nesse novo trabalho”, explica Chorão. Esse é o primeiro disco com o atual baterista Bruno Graveto, que entrou em 2008no lugar de Pinguim. “Ele chegou para somar, tem ótimas ideias e uma boa pegada. O resultado está aí”, afirma o vocalista.

Amadurecimento

Já acostumados a tocar nos maiores e principais festivais espalhados pelo Brasil, os integrantes do grupo santista encaram uma nova realidade, pois nos últimos três anos as coisas mudaram.

O Charlie Brown deu uma sumida da mídia e deixou de escanteio o lado polêmico, que marcou a carreira do cantor Alexandre Magno Abrão, o Chorão. Que, agora, se diz mais maduro.

”Tirei um tempo para mim. Aproveitei para ficar com a minha família. Fiz uma coisa que todos deveriam fazer sempre que possível. Tirar um tempo só para vadiar“, risos. ”Voltei com a bateria recarregada e com muita coisa em mente para colocar em prática“, conta.

Saídas

Muitos músicos passaram pelo CBJr. desde a fundação. O primeiro a sair da banda foi o guistarrista Thiago Castanho, em 2000. Reduzindo, assim, o grupo a um quarteto.

Cinco anosdepois, veio a notícia da saída dos integrantes Marcão (guitarra), Renato Pelado (bateria) e Champignon (baixista), restando Chorão como único remanescente.

”As pessoas têm sonhos e normalmente vão atrás deles. A galera estava querendo fazer outras coisas, pegar outros rumos. E foram. Desejo tudo de bom para todos eles“, diz.

Após isso, o grupo teve que passar por uma reformulação. Chorão recrutou novamente Thiago Castanho, o baterista Pinguim – que foi substituído em 2008 por Bruno Graveto – e o baixista Heitor Gomes. Era um novo começo para o CBJr.

Com essa formação foram lançados o CD/DVD Imunidade Musical , em 2005, e o CD Ritmo, Ritual e Responsa, em2007.Ambos sem o resultado esperado pelos integrantes.

“Todos que passaram pelo Charlie Brown deixaram sua parcela de crescimento, sua contribuição e com certeza saudades. Mas nem sempre as coisas acontecem como planejamos”, diz.

A atual formação do Charlie Brown Jr. é: Chorão (vocal), Thiago Castanho (guitarra), Heitor Gomes (baixo) e Bruno Graveto (bateria).

”Sei que os fãs devem ficar como pé atrás. E eles têm razão. Mas desta vez estou com as pessoas certas. Pessoas que respiram e vivem o Charlie Brown. Eles estão trazendo uma nova musicalidade, novas influências.Continuamos com um som muito técnico, mas sem deixar de ser debochado“, revela.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Banda Fresno de coração e mente abertos em DVD


Emocore, estilo de se vestir e sonhos foram as temáticas escolhidas pelos gaúchos da banda Fresno para lançar, de forma intimista, O Outro Lado da Porta, primeiro DVD da carreira. No audiovisual, os músicos abrem as portas do estúdio para mostrar quem eles realmente são.

No novo trabalho, os garotos tocam 15 músicas escolhidas a dedo para representar os dez anos de estrada e o momento atual do grupo. Eles apresentam releituras de composições dos quatro discos do grupo, que são intercaladas por depoimentos que entram ao final de cada canção. Além de contar com os videoclipes das faixas Uma Música e Alguém que Te Faz Sorrir.
“Gravamos todas as músicas em uma noite. Tocamos três vezes cada uma e escolhemos os melhores áudios. De manhã, fomos ao Rio de Janeiro e gravamos os depoimentos. Foi cansativo, mas valeu a pena. Optamos por não gravar nenhuma música inédita. Resolvemos que metade das músicas seriam do Redenção e as outras tinham que ser equilibradas entre os nossos outros três discos”, conta o guitarrista Vavo.

Formada por Lucas Silveira, o “Paraíba” (vocal, teclado e guitarra), Rodrigo Tavares (voz e baixo), Gustavo Mantovani, o “Vavo” (guitarra), e Bell Ruschel (bateria), a banda, mesmo gravando em estúdio, conseguiu passar a impressão de que está em um ensaio aberto ao público, que soa como um convite para que as pessoas mergulhem no universo vivido por ela.

Tida como uma das pioneiras do rock emotivo no Brasil, a Fresno gravou o DVD com o intuito de aproveitar o tempo entre a divulgação do último disco, intitulado Redenção, que já está há um ano no mercado, e o próximo que já está com a pré-produção toda pronta e com previsão de ser lançado em outubro.
“Achamos que era um tempo muito curto para gravar e lançar um DVD de show. Então, optamos por fazer um trabalho intimista para ficar uma coisa bem próxima da galera. Somos uma banda que nunca decresceu. Nosso trabalho foi bem devagar, no estilo formiguinha. Sempre dando um passo de cada vez e, assim, fomos conseguindo os nossos objetivos”, explica Vavo.

DESABAFO

Segundo Vavo, quando começou essa história de chamar as bandas de rock que falam de sentimentos de emo, eles acharam até legal porque as pessoas estavam classificando o grupo e era um estilo de música que eles gostavam, pois mistura letras emotivas com guitarras pesadas, da forma que eles fazem. Mas isso mudou quando as pessoas começaram a falar do estilo de uma forma pejorativa.

“O emo deixou de ser um gênero musical para se tornar uma forma de comportamento. Agora, não nos identificamos mais com ele. Pois passou a ser uma forma de zombar de quem gosta do estilo. As pessoas começaram a usar o termo emo para ofender, como uma forma de xingamento mesmo. Ninguém quer ficar ligado a um rótulo desses”, conta.

O músico ainda conta que antes e surgirem problemas, como a forma que eles se vestem ou penteiam o cabelo, a banda já tinha dois ou três CDs gravados e eles já tinham um público fiel.

“Qualquer pessoa que conheça um pouco de rock’n’roll vai lembrar que diversos personagens do rock se vestiam de forma estranha. Tem o Axel Rose, o Fred Mercury e tantos outros. Os roqueiros sempre se vestiram de uma forma um tanto espalhafatosa e extravagante. Acho que a roupa faz parte da personalidade do rock. E é legal saber e ver que as pessoas estão andando nas ruas com as roupas parecidas com as nossas”, lembra.

FÃS

O emocore ficou muito conhecido por causa das letras melódicas, mas, principalmente, por causa dos fãs, que muitas vezes caem em prantos durante os shows devido à sinceridade contida nas letras. E com a Fresno não foi diferente.

“O conteúdo das nossas músicas retrata coisas do dia a dia que acontecem com várias pessoas. Quando alguém está escutando uma certa música acaba associando a letra a uma situação do cotidiano dela. Pode ser um momento feliz ou até mesmo triste. E quando é feita essa ligação, ele toma a emoção para si. É comum encontrar no show um que está o tempo todo sério e quando começamos a tocar determinada música, ele fica emocionado e chora. Eles se sentem muito conectados conosco” afirma Vavo.

domingo, 18 de outubro de 2009

Pedro Mariano independente e à vontade




O cantor Pedro Mariano lança o disco Incondicional, gravado há cinco anos, e com ele inaugura selo próprio, o Nau. No trabalho, o músico passeia por estilos como samba, pop, soul, baladas românticas e MPB. Com o disco nas lojas, ele programou o início da turnê nacional para meados de agosto.

O sétimo álbum – na ordem de lançamento, mas que na verdade é o quinto da carreira dele, pois foi gravado em 2004, e, depois, já foram lançados outros dois – foi, segundo Mariano, feito na hora e com as pessoas certas.

“Eu acho que eu o executei no momento mais fértil que vivi nos últimos tempos. Eu estava conseguindo tirar proveito de cada música, de cada músico, de cada momento de estúdio. Conseguimos imprimir uma atmosfera muito boa”, conta o músico.
Pedro afirma que sempre está com um caminho traçado na cabeça, uma linha editorial pronta, uma série de coisas preparadas, apenas esperando a hora de colocar em prática.

“Só o dia a dia te mostra o quanto tudo o que você quer colocar em prática é viável ou o quanto é sonho, delírio da sua cabeça. E quem sabe lidar melhor com isso, sabe chegar mais perto do seu sonho. Nesse disco foi impressionante o quanto desse projeto conseguimos converter em realidade. Eu acho que esse
foi o disco mais feliz que já fiz nesse intuito”, revela.

O CD, que conta com 14 faixas e a participação especial da cantora Luciana Mello, em A Casa da Dor, tem composições dos mais variados artistas brasileiros. Entre eles, Frejat, George Israel e Mauro Santa Cecília, em Três Moedas ; Samuel Rosa e Chico Amaral, em Simplesmente Assim; Jair Oliveira, em Colorida e Bela,e mais outras duas, além de canções escritas por Lulu Santos e Marcos Valle, Jorge Vercilo, Lenine e Dudu Falcão, Daniel Carlomagno e Moska, entre outros.

DIFICULDADES

Pedro Mariano conta que foi convidado pelo diretor artístico Jorge Davidson e pelo presidente Beto Boaventura, ambos da EMI, para fazer um trabalho livre artisticamente, em 2004. Ele aceitou de imediato, até mesmo por enxergar o convite como uma oportunidade de fazer o que realmente gosta.

Em apenas um mês já estava com o disco Incondicional totalmente pronto – todas as músicas escolhidas e gravadas, material gráfico pronto e até mesmo com data marcada para gravar um videoclipe. Tudo parecia ir de vento em popa, até acontecerem algumas mudanças.

“Uma nova cúpula, liderada por Marcos Maynard, assumiu a diretoria da EMI. E, quando isso aconteceu, eles chamaram alguns artistas que estavam com trabalhos em andamento para conversar. Eu fui um deles. No meu caso foi curioso, pois eu tenho um relacionamento fraternal com Marcos. Mas, mesmo assim, ele chegou pra mim e disse que não ia lançar o meu CD e depois pediu para que eu preparasse um novo trabalho”, conta.

O cantor acredita que o principal motivo de Maynard não querer lançar o CD foi porque ele não queria divulgar um trabalho que não fosse da administração dele na gravadora.

“No meu ponto de vista, o que ele fez não teve qualquer ressalva artística. Foi na base do ‘não fui eu que fiz, então não vou assinar’. Eu acredito que ele preferiu me sugerir um outro projeto, dizendo que não lançaria o atual, porque ele não foi o mentor”, desabafa o músico.

AVANÇO

A situação começou a melhorar um pouco quando Maynard resolveu dar uma outra opção para Mariano: a de sair da gravadora. O músico agarrou a oportunidade e aproveitou para assinar um contrato com a Universal, pela qual lançou os discos Pedro Mariano Ao Vivo (2005) e Pedro Mariano (2007). Mas, e o tão esperado Incondicional ? “

O que aconteceu na EMI se repetiu na Universal. Eles também não quiseram lançar o meu disco, porque não foram eles que fizeram. Tinha que continuar minha carreira. Mas o meu pensamento, minha cabeça, estava no Incondicional . Era como se eu estivesse dirigindo e olhando para o retrovisor o tempo inteiro”.

O cantor estava decidido a lançar o disco, não de qualquer jeito, mas de uma forma espontânea. Ele sabia que a hora ia chegar. E chegou cheia de histórias para contar durante toda a vida.

“Eu acho que é o disco mais marcante e mais interessante. Com certeza tem um peso, no lado emocional e pessoal. Ele está num lugar muito especial, porque eu não desisti dele em momento algum e isso provou que não se pode fraquejar. Eu já dava esse disco com as horas contadas e, de repente, tudo se reverteu. Com ele eu não só estou lançando um CD, que eu já tinha dado como perdido, como também ainda estou lançando o meu próprio selo”, comemora.

domingo, 20 de setembro de 2009

Quasímodo: Para dançar e se divertir muito


O grupo Quasímodo, conhecido no cenário alternativo e nas festinhas de São Paulo pelo figurino extravagante, jeito irreverente e som dançante, lança, após 15 anos, Na Hora, o primeiro álbum da carreira. Para se projetar nacionalmente, começa a focar nos grandes festivais brasileiros.

“Nosso objetivo é fazer festa e tocar muito. As pessoas já vivem num estresse diário muito intenso. Então, nós trazemos em nossas músicas diversão e alegria para elas”, revela o baterista Cesinha Sartori.

Segundo Sartori, no início a banda tocava em qualquer lugar para onde fosse chamada, como festas infantis, casamentos e até eventos para a terceira idade. Tentou gravar um CD algumas vezes, mas foi protelando e acabou não sendo prioridade. Mas, nos últimos dois anos, decidiram entrar no mundo autoral e contratar o produtor Tchorta Boratto para ajudá-los a entrar no mercado fonográfico e nos grandes eventos.

“Só fazíamos festa e não nos preocupávamos com CD. Agora tocamos as nossas composições. Olhando nesse perfil, esse é o primeiro trabalho de uma banda nova que está procurando espaço”, conta o baterista.

O álbum de estreia do grupo reúne 11 faixas, sendo oito autorais e três versões, que contam com influências de abandas como The B 52’s e Franz Ferdinand, além do rock nacional e internacional das décadas de 70 e 80.

Entre as músicas, algumas se destacam pelas irreverentes combinações, como a canção Muerte For Free, que mistura inglês, espanhol e português, como se fossem um mesmo idioma. “É uma letra que um amigo nos mandou por acaso e a gente achou interessante. Como já fomos para Argentina, Portugal e alguns outros países e, hoje em dia, com a facilidade dos sites de relacionamento, resolvemos investir nessa troca com as pessoas que nos conhecem fora do Brasil”, explica.

Já as três versões, Toda Cor (Titãs), Fórmula do Amor (Kid Abelha) e Grilo na Cuca ( Carlos Imperial), ganharam novas roupagens e um “toque quasimodal“. “É uma característica da banda sempre trazer coisas diferentes no repertório e conseguimos fazer isso no disco, dando a essas músicas a nossa cara e o que sabemos fazer de melhor: dar um ritmo festivo”, explica Sartori.

HISTÓRIA

Vans Moraes (voz), Tico D’Godoy (voz e sax), Cesinha Sartori (bateria), Juari (baixo), Ricardo Carneiro (guitarra) e Nelinho (teclados) ficaram conhecidos nas noitadas paulistas por se vestirem, normalmente, com roupas bastante coloridas.
Segundo Sartori, eles eram “feios, mas bonzinhos”, que nem o personagem do clássico O Corcunda de Notre Dameque lhes dá nome.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Grupo Gloria quer consolidar o som pesado do rock



Vocais divididos entre o melódico e os berros brutais, base instrumental essencialmente pesada, mas com pitadas de pop, acompanhando composições sentimentais. Assim é o primeiro álbum do grupo paulista Gloria, que leva título homônimo.


A banda já começa a colher os frutos do trabalho. Entre as principais conquistas, está a indicação ao Prêmio Multishow deste ano como revelação. Já a música Minha Paz está com clipe na MTV e é uma das mais tocadas nas rádios brasileiras.


Segundo Mi, voz e berros, todos os integrantes estão muito ansiosos com o trabalho deste CD, pois ainda é tudo muito novo para eles. Mas os garotos levam fé que irão causar impacto no cenário musical.


“Antes a gente tocava para um público underground e agora estamos concorrendo ao Prêmio Multishow. Isso é uma vitória muito grande. Não esperávamos que fosse acontecer tão rápido. Isso só nos faz querer trabalhar mais e mais”, conta Mi.


Novidades – Banda de rock falando de sentimentos e dores, mesmo de uma forma um tanto peculiar. Será emocore? Que nada. Os integrantes do Gloria lançam um álbum repleto de som pesado, no qual passeiam por metal, hardcore e pop, apesar de tratar dos sentimentos de uma forma muito autêntica, em algumas canções.

É o caso, por exemplo, de Asas Fracas, que inclui o trecho “Nenhuma mão para crer / Nenhuma reza para curar / Porra nenhuma que a dor não vai chegar / Pegue essa faca e tire o câncer do lugar”, que representa bem o estilo adotado pelo grupo.

Para Mi, o Brasil está desacostumado com o som pesado e já faz um bom tempo que não se tem uma banda do estilo na mídia ou no gosto popular.

“O Gloria está chegando e vai criar esse impacto. A intenção é tocar muito para consolidar ainda mais o rock pesado brasileiro. É uma coisa ousada. Estamos empolgados pra caramba. Não queremos só abrir essa porta pro Gloria. Queremos abrir essa possibilidade para todas as bandas pesadas, para poder valorizar mais o estilo”, explica Mi.

Entre as diversas influências trazidas pelo quinteto paulista, formado por, além de Mi, Elliot (voz e guitarra), Peres (guitarra), Fil (bateria) e Johnny (baixo), há duas bandas se destacam claramente das outras. São os grupos norte-americanos Pantera e Slipknot. O primeiro tem clara influência na pegada metal e o segundo encantou os garotos com as variações entre vocais melódicos e berros.

Evolução – “O pessoal está nos vendo como um som diferente e tem gostado bastante. A gente tem tocado com NX Zero, Fresno, que são públicos diferentes do nosso. Alguns se assustam com o lance do rock'n' roll pesado, mas uma hora eles vão se acostumar”, espera Mi.

Ele fala ainda que aprendeu a berrar na força de vontade mesmo, sem técnica, sem nada. “No começo machucava. Agora tenho o auxílio de uma fonoaudióloga. Tenho o meu próprio jeito de berrar. Acho que eu nasci para fazer isso. Devo ter uma alma demoníaca”, brinca.

Para o homem dos berros, viver de música não é tão fácil quanto parece. “Além de ser um trabalho, a música acaba se tornando um lado muito forte da pessoa. A vida muda muito quando você lança um disco por uma gravadora. A responsabilidade cresce principalmente com os fãs. Tem que pensar no que você vai passar e falar para os moleques”, conta.