segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Banda Fresno de coração e mente abertos em DVD


Emocore, estilo de se vestir e sonhos foram as temáticas escolhidas pelos gaúchos da banda Fresno para lançar, de forma intimista, O Outro Lado da Porta, primeiro DVD da carreira. No audiovisual, os músicos abrem as portas do estúdio para mostrar quem eles realmente são.

No novo trabalho, os garotos tocam 15 músicas escolhidas a dedo para representar os dez anos de estrada e o momento atual do grupo. Eles apresentam releituras de composições dos quatro discos do grupo, que são intercaladas por depoimentos que entram ao final de cada canção. Além de contar com os videoclipes das faixas Uma Música e Alguém que Te Faz Sorrir.
“Gravamos todas as músicas em uma noite. Tocamos três vezes cada uma e escolhemos os melhores áudios. De manhã, fomos ao Rio de Janeiro e gravamos os depoimentos. Foi cansativo, mas valeu a pena. Optamos por não gravar nenhuma música inédita. Resolvemos que metade das músicas seriam do Redenção e as outras tinham que ser equilibradas entre os nossos outros três discos”, conta o guitarrista Vavo.

Formada por Lucas Silveira, o “Paraíba” (vocal, teclado e guitarra), Rodrigo Tavares (voz e baixo), Gustavo Mantovani, o “Vavo” (guitarra), e Bell Ruschel (bateria), a banda, mesmo gravando em estúdio, conseguiu passar a impressão de que está em um ensaio aberto ao público, que soa como um convite para que as pessoas mergulhem no universo vivido por ela.

Tida como uma das pioneiras do rock emotivo no Brasil, a Fresno gravou o DVD com o intuito de aproveitar o tempo entre a divulgação do último disco, intitulado Redenção, que já está há um ano no mercado, e o próximo que já está com a pré-produção toda pronta e com previsão de ser lançado em outubro.
“Achamos que era um tempo muito curto para gravar e lançar um DVD de show. Então, optamos por fazer um trabalho intimista para ficar uma coisa bem próxima da galera. Somos uma banda que nunca decresceu. Nosso trabalho foi bem devagar, no estilo formiguinha. Sempre dando um passo de cada vez e, assim, fomos conseguindo os nossos objetivos”, explica Vavo.

DESABAFO

Segundo Vavo, quando começou essa história de chamar as bandas de rock que falam de sentimentos de emo, eles acharam até legal porque as pessoas estavam classificando o grupo e era um estilo de música que eles gostavam, pois mistura letras emotivas com guitarras pesadas, da forma que eles fazem. Mas isso mudou quando as pessoas começaram a falar do estilo de uma forma pejorativa.

“O emo deixou de ser um gênero musical para se tornar uma forma de comportamento. Agora, não nos identificamos mais com ele. Pois passou a ser uma forma de zombar de quem gosta do estilo. As pessoas começaram a usar o termo emo para ofender, como uma forma de xingamento mesmo. Ninguém quer ficar ligado a um rótulo desses”, conta.

O músico ainda conta que antes e surgirem problemas, como a forma que eles se vestem ou penteiam o cabelo, a banda já tinha dois ou três CDs gravados e eles já tinham um público fiel.

“Qualquer pessoa que conheça um pouco de rock’n’roll vai lembrar que diversos personagens do rock se vestiam de forma estranha. Tem o Axel Rose, o Fred Mercury e tantos outros. Os roqueiros sempre se vestiram de uma forma um tanto espalhafatosa e extravagante. Acho que a roupa faz parte da personalidade do rock. E é legal saber e ver que as pessoas estão andando nas ruas com as roupas parecidas com as nossas”, lembra.

FÃS

O emocore ficou muito conhecido por causa das letras melódicas, mas, principalmente, por causa dos fãs, que muitas vezes caem em prantos durante os shows devido à sinceridade contida nas letras. E com a Fresno não foi diferente.

“O conteúdo das nossas músicas retrata coisas do dia a dia que acontecem com várias pessoas. Quando alguém está escutando uma certa música acaba associando a letra a uma situação do cotidiano dela. Pode ser um momento feliz ou até mesmo triste. E quando é feita essa ligação, ele toma a emoção para si. É comum encontrar no show um que está o tempo todo sério e quando começamos a tocar determinada música, ele fica emocionado e chora. Eles se sentem muito conectados conosco” afirma Vavo.

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